Review: Stranger Things | Com ritmo mais lento, segunda temporada ainda consegue ser empolgante

Série, mesmo se passando nos anos 80, conquista com sua linguagem atual e por trazer um tema que acabou sendo esquecido nas grandes produções. (Foto: Netflix).

Uma das séries de maior prestigio na Netflix, Stranger Things, chegou a sua segunda temporada na última semana e está dando o que falar nas redes sociais. Mas, o que a série tem de tão especial que atrai tanta atenção?

Não é sempre que um seriado com crianças como personagens principais se dá tão bem e agrada a população geral. Porém, isto é exatamente o que Stranger Things conquistou. Com uma história que faz referência explícita à realidade dos anos 80, a série também toca em temas e em discussões que faziam parte daquela década, mas que foram esquecidos nos tempos atuais.

Substituindo smartphones por walkie-talkies, vídeo games de última geração por fliperamas, MP3 por fitas cassete, e ainda filmes atuais por GhostbustersStranger Things nos faz voltar no tempo para um mundo onde crianças brincavam na rua e a amizade era sua mais importante conquista.

E é este o tema mais esquecido dos tempos de hoje: a amizade. Quais filmes dos últimos anos que têm a amizade como objetivo? É difícil listar ou lembrar de muitos. Porém, pensando sobre filmes dos anos 80 que tenham esta temática, a lista cresce: GooniesE.T. o ExtraterrestreCurtindo a Vida AdoidadoEm Busca do Vale Encantado, ou ainda o próprio Ghostbusters possuem esta dimensão, só para citar alguns.

E agora Stranger Things, que é influenciado fortemente pelo livro de terror de 1986 It – A Coisa, de Stephen King, faz o mesmo. E o sucesso mostra que o público agradece. Além disso, o longa que estreou recentemente, traz, no elenco, um dos atores mirins da série.

Eleven está de volta e mais tenebrosa na segunda temporada de Stranger Things. (Foto: Netflix)

Segunda temporada mais “lenta”

Mesmo assim, a segunda temporada começa com alguns problemas. Os irmãos Duffer, seus criadores, tiveram anos para escrever a primeira temporada, que conta a história de Will Byers, um garoto que desaparece misteriosamente na realidade sombria do Mundo Invertido.

Seus amigos então entram em uma aventura divertida contra criaturas assustadoras e perigosas para salvar Will, que é interpretado por Noah Schnapp. Contando com personagens engraçados e com atores experientes como Winona Ryder (mãe de Will), o seriado também nos faz voltar às nossas infâncias, onde a lealdade com os amigos e a busca do primeiro amor são parte do dia a dia (mesmo que o “primeiro amor” em questão seja a Eleven, uma garota de nome incomum e com poderes especiais).

Com tamanha complexidade, carinho e cuidado, a obra adentrou no coração dos fãs. Porém, com as pressões do mercado e a necessidade de trazer a segunda temporada em tempo mais curto para o Netflix, os criadores da série tiveram menos tempo para escrever, e isto é visível, especialmente nos episódios iniciais. Por exemplo, o primeiro episódio é bastante anticlimático e lento.

Depois de uma primeira temporada que tinha acabado com um final empolgante e que prometia uma segunda aventura sem igual, isto pode até deixar alguns entediados. Há uma grande espera até que algo divertido aconteça.

Porém, depois do quarto episódios, é como se os irmãos Duffer lembraram de sua própria formula e Stranger Things volta a ser o seriado empolgante e divertido que todos conhecem. Além disso, personagens novos e divertidos são introduzidos, ajudando a série, que agora pode concentrar seu foco na descoberta de segredos pessoais de seus personagens mais misteriosos, como a garota Eleven.

O último episódio é igualmente empolgante e traz mais segredos, indicando uma nova e excitante terceira temporada.

*Colaborou: Daniel Bydlowski

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