Semana Bieber: mais intimista, Purpose traz o ‘verdadeiro Justin’ ao palco

Faltando dois dias para o primeiro show da Purpose World Tour no Brasil, selecionamos algumas curiosidades sobre a vida e as turnês mundiais do cantor mais popular do mundo. Confira!

A primeira turnê feita pelo cantor entre 2010 e 2011, foi a My World Tour. Em início de carreira, o canadense ainda era o queridinho da mídia e do mundo, acredito que ali ninguém ousaria a pensar que Justin daria os problemas que já deu. Ele passava a imagem de garoto meigo, que era amado pela família e amigos – e levou os milhões de fãs que arrebatou à loucura. Mantinha sucessos na ponta da língua e nas paradas de sucesso, quem é que se esquece de “Baby”, “One Time”, “Somebody To Love” entre outros? Foi neste momento que ele girou o mundo pela primeira vez.

A My World Tour trazia os elementos da vida comum de qualquer garoto na faixa de idade do Justin na época 16/17 anos. Roupas futuristas, cenário que lembrava bastante uma quadra de basquete ou hoquey, coreografias muito ensaiadas e um Bieber amável, em transição da adolescência para a fase adulta.

Justin durante show da “My World Tour”. (Foto: divulgação).

Justin Bieber é pioneiro em quase tudo que o mundo POP vive hoje. Foi o primeiro a bater o próprio recorde de visualizações em seu canal na VEVO, 24 milhões em 24h em Beauty and a Beat, e foi o primeiro a fazer um filme contando sobre uma turnê musical. “Never Say Never” lotou os cinemas de todo o mundo de fãs histéricas, digo que é pioneiro, porque logo depois a boyband One Direction e Katy Perry também decidiram contar no cinema suas histórias.

Bieber pisou em solo brasileiro pela primeira vez para três apresentações em outubro de 2011 e conseguiu colocar quase 80 mil pessoas dentro do estádio do Morumbi. O sucesso foi tão grande que a Rede Globo exibiu o show como “presente de dia das crianças”, no ano em questão. Eu mesmo nunca vou esquecer da chuvarada que tomei naquela noite de 9 de outubro, no auge dos meus 15 anos, para ver um dos meus primeiros shows internacionais.

Justin era jovem demais quando começou sua carreira. E nesta primeira turnê, ele iniciava o show cantando “Love Me” e eu costumo dizer que ele pediu para o mundo amá-lo, conseguiu, e pouco tempo depois, ele já não sabia mais administrar tanto amor…

Em 2012, antes mesmo de lançar seu terceiro álbum de estúdio “Believe“, Bieber já anunciou sua segunda turnê mundial: A “Believe Tour“.  Na mesma época, em outro ato pioneiro, passou a chamar seus fãs de “Beliebers”. A soma das palavras Believe + Bieber= Belieber, motivando outros cantores a “darem nome aos fãs”.

Bieber usava asas no início dos shows da Believe Tour. (Foto: divulgação).

Justin se envolveu com drogas, prostitutas e polemizava por onde quer que passava. O jovem amável deu lugar ao badboy das canções “Boyfriend” e “As Long As You Love Me” e as manchetes já não eram mais favoráveis ao garoto de 2010 e 2011. Parecia que ao cortar o “hairflip”, apelido dado ao corte de cabelo que ficou famoso junto com ele, e assumir o topete, sua personalidade também havia mudado.

O cenário da turnê era o fundo do mar, e um navio naufrago. Bieber contou em entrevistas que se inspirou em Michael Jackson, seu maior ídolo, nesta nova fase. Entrava no palco usando asas, as roupas continuavam futuristas e as coreografias, juntamente com as canções e suas letras, ficaram com um teor um pouco mais intenso, como os problemas e as polêmicas que o rodeavam.

Talvez o pior ano na carreira do cantor foi 2013, quando também voltou ao Brasil para dois shows. O ano foi repleto de más notícias que brilhavam mais que ele próprio nos palcos. Em sua passagem pela América do Sul, varreu, com o pedestal do microfone, a bandeira da Argentina no palco e no Brasil grafitou um muro e teve vídeo íntimo com a modelo Tati Neves circulando pelas redes sociais. Bieber traz desses maus dias consequências que carrega até hoje. No país vizinho, é proibido pela justiça local de entrar no país e após o show de São Paulo, em que foi atingido por uma capa de DVD e deixou o palco sem cantar sua última e principal música, “Baby”, aumentaram ainda mais às críticas ao cantor.

Infelizmente, para muitos, ele é só mais um que se perdeu.

Justin Bieber se apresentando em São Paulo durante turnê, em 2013. (Foto: YouTube).

A “Believe Tour” também ganhou filme e traz no enredo um Bieber crescido, mas nada amadurecido. Um jovem que vive do seu sonho de fazer música, mas que enfrenta às pressões do mundo, da imprensa, das críticas e que, até o momento, ainda não sabia como vencê-las.

No início de 2014 após ser preso, Bieber decide tirar um ano sabático que foi até metade de 2015. Pressionado pelos fãs que queriam novas músicas, Justin lança o lead single do que seria Purpose: “Where Are Ü Now”, em parceria com os DJs Diplo e Skrillex, que premiou o cantor com seu primeiro Grammy Awards de “Melhor Colaboração”.

Bieber em trecho do clipe de “Where Are You Now” (GIF: YouTube).

Ainda envolvido em muitas polêmicas em relação à sua vida pessoal, Justin Bieber anuncia seu quarto álbum de estúdio para o final de 2015, “Purpose“, que se torna outro marco na carreira do cantor. Após “Baby“, as canções “Sorry” e “What Do You Mean?“, fazem Bieber ser o primeiro cantor do mundo a ter três vídeos com mais de 1 bilhão de visualizações no YouTube/VEVO.

Meses depois é anunciada a terceira e atual turnê mundial do jovem canadense de 23 anos, que chega essa semana ao Brasil: a “Purpose Tour“. Com uma estrutura gigantesca, cama elástica e relacionamento conturbado com os fãs, Bieber traz uma certa intimidade ao show.

 Me lembro que quando ouvi “Purpose” pela primeira vez, eu estava dentro de um avião viajando justamente para lançá-lo numa festa em Curitiba, e pensei: “que raios o Justin quis passar com isso?”. E essa pergunta me perseguiu por muito tempo até me elucidar escrevendo esse artigo.

Justin chora em show da “Purpose Tour”. (Foto: Pure Break).

Nas duas turnês anteriores, Justin Bieber tentava ao máximo mostrar que era alguma coisa, que era importante e que além de amá-lo, as pessoas deveriam acreditar nele. A “Era Purpose” muda isso. Ele já não precisa mais e apenas de amor e uma dose de confiança, ele não precisa mais que o mundo o entenda e o compreenda. Ele finalmente percebeu que ele próprio precisa entender o seu propósito. E vejo que depois de alguns anos, muitos problemas e polêmicas, quedas e devaneios, ele conseguiu.

Justin aparece no palco numa versão mais madura de si mesmo. Sem muita pirotecnia e firula, embora sejam elementos presentes em partes dos shows, ele sente que durante suas apresentações pode passar lições que aprendeu ao longo de seus oito anos de carreira e quer ser ouvido. Mesmo sendo um dos cantores mais populares do planeta, não quer se sentir como um objeto, cancelou seus Meet & Greets, rejeita fotos com fãs e só o faz quando se sente bem e preparado para isso.

Esse Justin que “surgiu” incomoda muita gente. Mais até que o Justin drogado e problemático. Imagine uma pessoa que passou anos tendo uma vida superexposta que, do nada, se fecha? Talvez o propósito que ele encontrou tenha sido motivar as pessoas através da música e não em ser o motivo para algumas curtidas bem ostentadas no Instagram.

Talvez esse Justin que vemos hoje sempre existiu, ou não. Talvez esse Justin tenha surgido após algum estalo de dúvida ou ao não querer mais agradar todo mundo. O que importa mesmo é que estamos assistindo um artista que está ficando um pouco melhor a cada dia e que está a dois dias de encantar o público brasileiro novamente. #SemanaBieber

Serviço: Justin Bieber – Purpose Tour no Brasil. 
Datas: 29 de Março – Praça da Apoteose – Rio de Janeiro.
1 e 2 de Abril – Allianz Parque – São Paulo
Ingressos: Tickets For Fun – compre clicando aqui

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