Santidade Online

Uma pesquisa realizada no final do ano passado revelou que o Brasil possui mais de 94 milhões de usuários da internet. Muitos acessam na própria casa, outros na lan-house e alguns no próprio celular ou tablet. Praticamente tudo é feito através de um computador, celular ou tablet que pode se comunicar com outros dispositivos de diferentes lugares. Que avanço!
Isso abriu uma brecha para as pessoas se esconderem atrás de um monitor. Basta entrarmos no Facebook, por exemplo, e veremos pessoas defendendo ideias e levantando a bandeira de grandes causas, criticando outras ideias, dando lição de moral sobre a vida, sobre o amor, sobre Deus.. Mas será que esses “revolucionários” têm a coragem de tirar suas afiadas unhas virtuais do teclado e realmente fazer o que tem que ser feito?
Acredito que o problema não está em postar, compartilhar ou escrever. O problema está na máscara que carregamos nos meios digitais. É próprio do ser humano querer ser admirado pelo que faz, mas quantos são os que têm uma conduta no dia a dia que realmente condiz com o que falam?
Hoje, nós temos o poder de mostrar para nossos milhares de seguidores e amigos as nossas qualidades, a nossa devoção, o quanto nós somos bons! Tudo o que postamos nas redes sociais é considerado uma extensão do nosso caráter, personalidade e das nossas atitudes, independente daquilo ser verdadeiro ou não.
E quando o discurso não condiz em nada com as atitudes que elas próprias realizam? É nesse momento que entra em cena algo chamado hipocrisia. O ato de fingir ter crenças, virtudes, ideias e sentimentos que a pessoa na verdade não as possui.
Eu, como qualquer outro ser humano, já errei muito. Mas ao longo do tempo eu percebi que não tinha o direito de criticar outra pessoa, só porque o pecado dela era diferente do meu. Aprendi com a Bíblia, que Jesus não veio para julgar o mundo, e sim para salvá-lo (João 12:47), então, por que eu estava agindo diferente d’Ele? Pra que ficar 24 horas postando frases de efeito, compartilhando fotos, se eu poderia estar lendo a Bíblia ou orando? O que adiantaria ganhar o mundo inteiro, e perder a minha eternidade? (Marcos 8:36)
Já critiquei o que não deveria criticar, mas percebi que eu também sou merecedor de críticas. Agora eu guardo certas coisas para mim, não preciso expor para todos o que eu faço ou o que deixo de fazer. Aprendi que os frutos de um Cristão não são frases, são atitudes. Pelo menos, agora eu não tenho medo de me olhar no espelho e ver um falso moralista, ou até mesmo um hipócrita.
Todos nós somos cheios de erros, de falhas, mas não custa nada buscar equalizar nossas palavras com nossas atitudes. E se for para se queixar em rede social, que queixemos dos nossos próprios pecados. Se for para criticar, que critiquemos a nossa incredulidade em passar mais tempo reclamando do que orando. Que possamos cuidar mais de nós mesmos e ao invés de apontar as falhas do próximo, estendamos as mãos para ajudar.

Henrique Ricci

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