
Isso abriu uma brecha para as pessoas se esconderem atrás de um monitor. Basta entrarmos no Facebook, por exemplo, e veremos pessoas defendendo ideias e levantando a bandeira de grandes causas, criticando outras ideias, dando lição de moral sobre a vida, sobre o amor, sobre Deus.. Mas será que esses “revolucionários” têm a coragem de tirar suas afiadas unhas virtuais do teclado e realmente fazer o que tem que ser feito?
Acredito que o problema não está em postar, compartilhar ou escrever. O problema está na máscara que carregamos nos meios digitais. É próprio do ser humano querer ser admirado pelo que faz, mas quantos são os que têm uma conduta no dia a dia que realmente condiz com o que falam?
Hoje, nós temos o poder de mostrar para nossos milhares de seguidores e amigos as nossas qualidades, a nossa devoção, o quanto nós somos bons! Tudo o que postamos nas redes sociais é considerado uma extensão do nosso caráter, personalidade e das nossas atitudes, independente daquilo ser verdadeiro ou não.
E quando o discurso não condiz em nada com as atitudes que elas próprias realizam? É nesse momento que entra em cena algo chamado hipocrisia. O ato de fingir ter crenças, virtudes, ideias e sentimentos que a pessoa na verdade não as possui.
Eu, como qualquer outro ser humano, já errei muito. Mas ao longo do tempo eu percebi que não tinha o direito de criticar outra pessoa, só porque o pecado dela era diferente do meu. Aprendi com a Bíblia, que Jesus não veio para julgar o mundo, e sim para salvá-lo (João 12:47), então, por que eu estava agindo diferente d’Ele? Pra que ficar 24 horas postando frases de efeito, compartilhando fotos, se eu poderia estar lendo a Bíblia ou orando? O que adiantaria ganhar o mundo inteiro, e perder a minha eternidade? (Marcos 8:36)
Já critiquei o que não deveria criticar, mas percebi que eu também sou merecedor de críticas. Agora eu guardo certas coisas para mim, não preciso expor para todos o que eu faço ou o que deixo de fazer. Aprendi que os frutos de um Cristão não são frases, são atitudes. Pelo menos, agora eu não tenho medo de me olhar no espelho e ver um falso moralista, ou até mesmo um hipócrita.
Todos nós somos cheios de erros, de falhas, mas não custa nada buscar equalizar nossas palavras com nossas atitudes. E se for para se queixar em rede social, que queixemos dos nossos próprios pecados. Se for para criticar, que critiquemos a nossa incredulidade em passar mais tempo reclamando do que orando. Que possamos cuidar mais de nós mesmos e ao invés de apontar as falhas do próximo, estendamos as mãos para ajudar.
Henrique Ricci