A gíria ‘ser menas’ vêm dominando as redes sociais, principalmente para destacar que a ação ou atitude de alguém deve ser mais controlada, que a pessoa deve descer do pedestal, ser mais humilde e etc. Pois nós chegamos à conclusão de que a cantora norte-americana Taylor Swift deve e com muita urgência ‘ser menas.
Vou deixar claro que gosto das músicas da Taylor, várias delas por sinal. Só não ouço mais, porque diferente de outros artistas, ela não libera seus álbuns no Spotify, serviço de streaming que já está há um ano no Brasil, e do qual sou assinante do serviço premium que, no Brasil, custa R$ 14,90. Então, eu ouço covers das canções, já que no dia a dia não é possível que eu fique no YouTube ou então ouvindo o álbum físico. Para mim, este é um dos motivos para o qual Taylor deve ser menas.
Segundo ela, serviços como o Spotify é experimento para um novo mundo no cenário musical, o que é verdade. Então por que não disponibilizar músicas ali? Taylor acredita que a música “não deve ser gratuita”. E os serviços de streaming transformam a indústria fonográfica em algo sem valor.
Olha o que ela disse sobre o assunto. “Eu sentia que estaria dizendo a meus fãs que ‘se vocês criarem música um dia, se vocês pintarem um quadro um dia, alguém vai entrar no museu, pegar sua obra da parede e dizer que é deles e que não têm que pagar mais por ele’”, disse. “Eu não gostava dessa percepção que estaria propagando. Então decidi mudar o modo como estava fazendo as coisas”. E não disponibiliza seus álbuns desde então. Reviro meus olhos para essa opinião. O Spotify Free, parte gratuita do serviço, possui anúncios, ou seja o ouvinte acaba “pagando” pela música de qualquer maneira e os direitos autorais são repassados aos artistas. Mas ela entra com outro argumento dizendo que “o valor arrecadado por direitos autorais não faz nem cócegas no bolso”. Um fato é, Taylor quer vender, vender, vender. É justo? Sim, afinal é seu trabalho. Mas quem paga por isso, na maioria das vezes são os fãs que assinam os serviços e não ouvem suas músicas. Talvez até ela também, já que nem as cócegas no bolso consegue sentir. É uma artista retrógrada, quer estourar em vendas de álbuns físicos, sendo que é difícil de alguém ainda seguir essa linha hoje em dia.
A recente polêmica ainda sobre os serviços de streaming envolvendo Taylor, foi com a Apple Music, serviço que será lançado em 30 de junho para concorrer com o Spotify, Tidal, Dezzer. Ela postou em seu Tumblr uma carta aberta para a empresa dizendo que também não disponibilizaria seu último álbum de estúdio “1989” com o mesmo argumento utilizado para retirar seu material do Spotify. E ainda apelou dizendo que “está pensando em novos cantores e bandas que talvez não tenham como se sustentar e estão iniciando na música”. O problema com o serviço da cia de Steve Jobs é justamente a promoção de lançamento do aplicativo, que irá disponibilizar todo o acervo de forma gratuita por três meses e que não iria repassar o valor de direitos aos autores das músicas neste meio tempo, até o usuário fazer a assinatura. Taylor se revoltou, afinal, iriam ouvir sua música “de graça” e ela não ganharia nada, tadinha. Olha aqui embaixo um print do que ela disse no Tumblr.
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Trecho da carta aberta de Taylor Swift à Apple (Foto: Reprodução/Tumblr/Taylor Swift) |
A Apple voltou atrás e irá pagar todos os artistas por streaming. Como funciona isso? Toda vez que você ouvir alguma música da Taylor, ou de qualquer outro artista no Apple Music, a empresa pagará os direitos autorais pela música ao seu dono. Isso, graças a revolta de Taylor. Ela permite as músicas no serviço Tidal, do rapper Jay-Z, mas ele ainda não está disponível no Brasil, que furo, mores. Ok, concordo que ela não está errada em reivindicar o que é seu por direito, só acredito que não é necessário polemizar e dar show por isso. Show ela faz nos palcos, não na vida.
Aliás, até na vida ela dá muito show. Vamos aos outros motivos pelos quais ela deve ‘ser menas’.
Há alguns meses atrás fiquei bastante revoltado com Taylor, quando saiu algumas matérias dizendo que a mãe dela não a deixava se apresentar no Brasil por considerar que seja um país de terceiro mundo e que preza pela segurança da filha. Oi? Ooooi? Como assim? A garota têm milhares de fãs que dariam TUDO para ver um show seu aqui e ela não vem porque é um país de terceiro mundo SEM SEGURANÇA. Eu sei que o Brasil é um país difícil para se viver, que todos aqui têm sim que se preocupar com a economia decadente, com produtos caros, com a violência principalmente, mas quantos artistas internacionais que já passaram por aqui foram mortos, assassinados, violentados durante sua passagem pelo país? NENHUM, que eu saiba. Todos que passam por aqui, voltam. Pode demorar anos e anos, mas voltam. Alguns fazem questão de se apresentar todos os anos no país.
Taylor, além de mercenária, é xenofóbica, têm repulsa de países que não são os considerados de primeiro mundo. Mas duvido, coloco minha mão no fogo, que ela rejeita a receita gerada aqui com seus álbuns, visualizações no YouTube, músicas tocadas nas rádios e etc. Brasileiro às vezes é bobo de acreditar e gostar de um artista que pense desta forma. “Ah mas foi a mãe dela que falou. Não foi ela”. Então, me explica o porquê de a 1989 World Tour ter apresentações marcadas em todo o mundo e não no Brasil. Se sua mãe pensa assim, é lógico que ela deve compartilhar desta opinião. “Ah, mas ela veio há alguns anos e fez um pocket show pela Rádio Mix no Rio de Janeiro”. Certo, veio e fez mesmo, tenho amigos que ganharam a promoção e foram. Mas foi num auditório fechado, debaixo de um shopping na Barra da Tijuca, não teve venda de ingressos ao público geral, apenas grandes e bons sortudos tiveram a chance de ver a loira de pertinho aqui no Brasil.
Para algumas pessoas isso é fruto da mídia endeusar a cantora. É o que diz Dêbson Ramos. “Acho que grande parte disso deve-se a mídia americana que a endeusa cega e demasiadamente. Ela é uma cantora mediana para ruim (em termos vocais), uma boa compositora, extremamente carismática e de uma beleza absurda. Mas daí a fazer o Pop se curvar a ela é demais. Li dois artigos em revistas estadunidenses onde uma a chamava de “princesinha da América” e outra “a garota que os E.U.A. amam”; este tipo de coisa só contribua pra arrogância e o pensamento dela de onipotência”.
Cata a foto dela cantando com a também esnobe brasileira Paula Fernandes.
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Foto tirada no Pocket Show da Universal Music em parceria com a Mix, no Rio de Janeiro. |
Se você pensa que acabou, meu amigo. Ainda há o que falar. Taylor Swift simplesmente brigou ou tem rixa com 80% do mundo pop. Se você jogar “Brigas da Taylor Swift” no Google, você vai ver que ela já brigou com Katy Perry, Elie Goulding, Diplo e alonga a lista. Todos por motivos relativamente fúteis. Ela está acostumada a escrever músicas contra todos os seus desafetos. Todos seus inúmeros ex-namorados ganharam uma “homenagem”, a maioria das vezes causando outras tretas para a cantora.
A briga recente é com a cantora Katy Perry e vai além da cor de cabelo. A loira fez e lançou em seu novo álbum 1989, a música ‘Bad Blood’, em português, ‘Sangue Ruim’. Afirmando que é direcionada a uma cantora que tentou sabotar sua última turnê mundial (não tão mundial assim) Red, dando a entender que é Katy.
Taylor já namorou: Joe Jonas, o ator e xará Taylor Lautner, John Mayer (que já namorou Katy, outro motivo de ódio no core), Jake Gyllenhaal, Zac Efron e Connor Kennedy. Para todos eles, ela lançou uma música para lembrar (talvez o pesadelo) que deve ser namorar com ela.
Imatura horrores, Taylor não entende que não é mais uma criança de 12 anos que precisa mandar indiretas ao ex namoradinho no facebook ou um recado bem dado para a inimiga. Essas brigas cansam tanto os artistas, quanto os fãs, apesar de os fãs gostarem bastante de ver o circo pegar fogo. Uma coisa é fato, se Taylor vai lançar um novo single ou álbum, prepara, vem indireta para alguém.
Repito, gosto das músicas de Taylor, e as ouço sem nenhum problema. Escrevi parte deste texto ouvindo Blank Space, que mostra ela bem louca e insana, talvez um retrato da vida real. O problema é aturar o comportamento dela. Mesmo com as letras legais, músicas que grudam, não consigo admirá-la.
Olha a música em homenagem aos milhares de namorados. Coitados.
Por mim, ela que seje menas e que melhore esse comportamento. Voltando para Blank Space, há uma frase que diz: ‘They tell you I’m insane’, em português ‘Eles dizem que sou insana’. Quando vejo tudo o que ela já causou e pode ainda causar, começo a acreditar que é a verdade.
Por. Lucas Nascimento
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