Saudade de quando Pec era seguido de ‘man’ pelo meu imaginário infantil. Era lúdico, era game, mas agora é a vida real e vida real dando tapa na cara do povo, da base, do trabalhador.
Não resta só chorar, é o que vem mostrando uma galera que tá resistindo, ocupando de escolas à ruas e avenidas das principais capitais deste país. Movimentos populares, estudantes e grupos afins promovem hoje um modelo ainda mais contemporâneo de #DiretasJá contra a Proposta de Emenda Constitucional 55, que estabelece um limite para os gastos públicos pelos próximos 20 anos no Brasil e em segundo turno será votada hoje no Senado.
Ao que tudo indica, o gigante acordou em 2013 e ainda não dormiu. Pelo contrário, tá com fome e sede de justiça. 2016 é um ano estranho, além de tragédias envolvendo diversas quedas de aeronaves, contamos com a queda de uma presidenciável escolhida pelo povo, a queda de um presidente da Câmara dos Deputados que era mais hábil que o manobrista do shopping (ah, a vida e suas ironias), a queda de governador e cônjuge com complexo de Midas, a queda de empregos, a queda de parte da nossa esperança, depositada em forma de votos. Pro papai noel a gente já enviou a cartinha, duas quedas e a gente já brinda com cidra: que caiam também as Pecs sacrificantes à massa popular e #ForaTemer.
Pensei tanto nessa gente, minha gente, nossa gente que tá levando spray de pimenta na cara e mastigando bala de borracha.. e aqui me despeço com umas linhas que escrevi na noite passada..
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Manifestantes no Recife (Foto: Marlon Costa/Pernambuco Press) |
Mais um dia
Meu coração é muito bom
Para ser {bom}bardeado
Não baixo a guarda pra senador
Tampouco pra deputados
Você vem com suas Pecs
Eu vou de punhos cerrados
Gás de pimenta vira tempero
No caldeirão dos sem salários
Pode desvio, pode caixa 2,
pode propina e também pode escândalo
Mas se a gente for pra rua
Ah já sei, é tudo vândalo!
Falta merenda na escolinha
Professores, lápis e borracha
Mas esse último elemento anda sobrando naquele tipo de bala
Mas esse último elemento anda sobrando naquele tipo de bala
Que não te mata, mas te arrasa
Não tira tua vida, mas te esculacha
Eu tô bem legal de tudo
A patifaria tá atualizada
Desse 2016 véi, sinceramente
não duvido de mais nada
Enquanto eu to garranchando
Estão gastando meus milhões
Eu virei, pisquei pro lado
Mais 200 delações
Descobriram o Brasil
Há mais de 2000 anos
Por favor cubram de novo
Aposentar saiu dos planos
Mas vou pensar nisso pra quê?
Se nem pra entrevista chamam
Só de ser sobrevivente
Merecia ser primeira-dama
Ah, não pera lá
Vão me chamar de feminista
Um país que aborta idoso
E sacrifica as mina da perifa
Hipocrisia no Senado
Temer quem? Temer o quê?
Maldade no pacote de alguns deputados
e no nosso prato aquele punhado
que a gente dá graças por poder comer
Mais um dia nesse estado-nação
Mais um dia nessa terra sem lei
Judiciário tá mais seletivo
que a assessoria do Sarney
Não consigo parar de pensar
Mas eu preciso dormir
Deitado em berço esplêndido
os gigantes acordarão já já Brasil
prontos a gritar por ti!