Eu odeio despedidas!

Sim, eu odeio despedidas. Eu odeio dizer adeus a algo ou a alguém. Talvez, por algum trauma de infância. Talvez, por ser fã da chegada, da inserção, do nascimento. Na verdade, sou fã do apego. Apego-me a um sorriso. Apego-me a um “bom dia”, dado pela mesma pessoa em todas as manhãs. Apego-me a uma memória nostálgica… 
THEO JAMES
Alguns podem dizer que é possessividade, mas eu acredito que é um dos fatores, que pode acarretar em amor. Não a possessividade, senão a afeição. 
Outros diriam que estou fazendo papel de trouxa. Mas se eu guardo ou me afeiçoo a alguma coisa ou a alguém pode significar que eu me importo e cuido de preservar o quer que seja, em minha mente e em meu coração.
Eu costumo guardar datas  antes sem valor , sorrisos laterais bobos e, acima das fotos, costumo guardar momentos. Quando viver mais uma despedida, eles podem me dar saudações com semblante de alegria. Fotos são apagadas; momentos, não. Os bens materiais e virtuais são grãos de areia na praia, onde o tempo é o mar e as horas são as ondas. Os bens, que não podemos tocar ou modificar, são tão sólidos quanto rochas.
Eu também costumo odiar finais, por mais felizes que sejam. Finais terminam períodos; terminam ciclos, que para alguns possuem nenhuma significância, e para outros, possui muita. Isso assusta. Isso me assusta.
Confesso que passo dias, criando métodos para prolongar  o “oi”, contudo nunca consigo obter êxito. No meio do trajeto, todo o projeto é furtado pelo “adeus”.
Às vezes, eu ponho a culpa sobre mim. “Fui negligente!”. Logo, não me resta outra alternativa, a não ser gravar as fitas dos “oi” do passado por cima das fitas dos “adeus” do presente, que, por ironia, termina com duas palavras e resume tudo: “Boa sorte!”. Olhando para a telona estrelada chamada céu, eu diria “Bom filme!”.
OK

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