Nós, meros mortais, que estamos acostumados a ‘caçar nossas presas’ nos benditos aplicativos de pegação (que ultimamente têm me dado super tédio) nos deparamos com diversos tipos de pessoas o tempo todo: o pegador que não liga pra nada (nem ninguém), o cara que está apenas ‘caçando’ relacionamento sério, o cara que só quer curtir, e o cara que ‘deixa rolar’.
Até pouco tempo atrás eu não sabia bem em qual dos grupos eu estava enquadrado, mas quando alguém me perguntava o que eu estava fazendo ali, a resposta era sempre a mesma: “Estou curtindo, deixando rolar”.
Mas, eu sempre falava isso da boca pra fora, afinal, eu não quero morrer solteiro, sozinho, amargando foto de casais fofos no Facebook, quero alguém pra mim, também. Eu falava que estava ‘deixando rolar’ pra não afastar, com medo de algo mais sério, um candidato em potencial.
Mas o que acontecia é: quando eu me encantava por esse ‘candidato em potencial’ eu não tentava de jeito nenhum deixar rolar, eu queria apressar as coisas, de fato, colocar ‘os bois na frente da carroça’. E hoje, o mundo é tão ‘emocionalmente abalado’ que tentar um relacionamento prematuro com alguém é um tiro no pé. Diz Projota em uma de suas canções que “ninguém se apega, só se pega, tá todo mundo louco”, e é realmente isso que está acontecendo com a gente. Temos medo de se entregar e nos decepcionar, então quando alguém vem, até mesmo com boas intenções, para se relacionar, de forma mais séria conosco, o que a gente faz? Coloca o pezinho no freio antes mesmo de tentar.
E eu perdi muitos relacionamentos assim, alguns porque eu fui rápido demais, alguns porque vieram rápido demais comigo e assim foram se criando sucessivas frustrações afetivas que me deixavam cada dia mais duro, coração gelado, cada dia tentando entender o porquê de nunca acontecer o “algo a mais” que todo mundo em certo ponto da vida quer.
Mas eu percebi que o “algo a mais” vem só quando a gente “deixa rolar”. Deixar rolar? Como? Curtindo seu parceiro(a), vivendo intensamente ao lado dele(a), rindo, saindo, bebendo, transando, dormindo juntos, divertindo-se com os amigos e não se rotulando. Tentar se rotular muitas vezes é o que dá medo e faz fracassar na tentativa de criar vínculo com alguém. Entenda que você não precisa ter o status de namorado(a) de alguém para amá-lo e ser feliz com essa pessoa!
Os títulos, rótulos, essas coisas supérfluas acontecem quando devem acontecer e não quando tentamos impôr. Vai ter uma hora que vocês vão perceber que não conseguem mais ficar sem o outro e pronto, se você queria o ‘status’, vai perceber que o ‘algo a mais’ já está entre você há muito tempo.
Já que o amor está complicado, meus caros, a gente pode descomplicar.
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