Estes últimos 31 dias foram uma espécie de maratona com uma única pauta sendo explorada pelas mídias e comentada por todos nas ruas, em casa, no trabalho. Foi impossível ficar indiferente a isso. Sendo contra ou a favor, o Brasil respirou Copa do Mundo. Apesar de tantos problemas de planejamento, os acidentes ocorridos, a corrupção e o superfaturamento das obras, o mundo veio para cá e teve boas impressões do país, contradizendo a tudo o que a maioria de nós esperávamos desde o ano passado quando dizíamos “Imagina na Copa?”. A Copa se foi, apesar da decepção com a Seleção, o Brasil pode comemorar o sucesso que foi o evento.
O país conseguiu mostrar o que é, apesar de todas as dificuldades, apesar de não ter o desenvolvimento que poderia e deveria ter, tanto em educação, saúde, quanto em muitos outros aspectos. A copa de 2014 certamente ficará marcada para os brasileiros como “A Copa das Copas”, tanto pelo resultado surpreendente dos jogos, como pelo legado que deixará.
Sim brasileiro, comemore!
O intercâmbio cultural ao qual fomos expostos é algo que não tem preço e que nenhum outro evento poderia proporcionar, talvez nem uma Olimpíada. Os gringos vieram, e vieram em peso, de todas as etnias, raças, línguas. Conversaram com a gente, beberam com a gente, dançaram com a gente e compartilharam da nossa alegria. As seleções vieram, e vieram com vontade de ganhar. Mesmo as seleções mais fracas ou sem muita tradição no esporte, se revelaram competitivas. Torcemos pelos Ticos da Costa Rica, que saíram da competição nas quartas de final sem sequer perder uma partida. Vimos a seleção americana com seu goleiro recordista de defesas e uma Colômbia com um futebol alegre que bem assustou nossa seleção.
Tivemos a decepção com a seleção verde-amarela, que se desarmou totalmente diante de uma Alemanha extremamente técnica e bem preparada. Nos surpreendemos diante da Argentina que após 24 anos sem chegar a uma semi-final, veio disputar uma final justo onde? Ainda bem, que não foi desta vez para os hermanos.
A taça ficou nas mãos de quem realmente merecia, um time que trabalhou e se mostrou muito superior em campo. Uma seleção que mesmo massacrando o time anfitrião da competição, se mostrou respeitoso e cordial para conosco.
Houve uma injustiça apenas quanto ao prêmio de melhor jogador. Messi não fez uma boa Copa, ele apenas esteve no lugar certo na hora certa, mas em nada foi superior a nomes como Robben ou Van Persie da Holanda, que mereciam disputar a final muito mais do que a própria Argentina. Decisão por pênaltis é sempre cruel!
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Ruas da Vila Madalena em São Paulo lotaram durante os jogos. Foto: Lucas Nascimento | |
Quanto à nossa seleção, ficamos com a lição de que nem sempre se pode ganhar. A derrota faz parte do esporte e apenas com ela é possível aprender a correr atrás de vitória.
Sobre nosso povo, apesar de vaias desnecessárias e de uma parcela da torcida se mostrar sem educação, a maioria de nós se mostrou prestativa, hospitaleira e deixou no mundo a marca do povo alegre que somos, mesmo com tantos problemas pelos quais passamos.
Sim, somos alegres! E quem não pôde festejar nas ruas, festejou nas redes sociais. Essa foi a verdadeira Copa da Zoeira. Os brasileiros se mostraram verdadeiros piadistas e as tiradas foram quase que em tempo real.
Mas agora é hora da zoeira acabar. A Copa acabou! E não é vestir a camisa da seleção que faz de nós um povo patriota.
Ganhamos muito com esse evento, o turismo, a economia cresceram, os olhos do mundo se voltaram para o Brasil e conseguimos de fato mostrar que somos um povo hospitaleiro. Esse é um país lindo e riquíssimo,
Orgulhe-se do seu país e ajude-o a mudá-lo, em 2018 teremos uma nova chance de conquistar o hexa.
Por. Beatriz Antunes e Vivi Silva
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