Por.: Lucas Nascimento
Assisti ao filme da Barbie em uma das suas primeiras sessões, que começavam por volta de 0h, na madrugada desta quarta para quinta. O cinema estava lotado de pessoas vestindo rosa e ansiosas, assim como eu, em assistir a história deste, que é o filme com a maior pré-venda da história da Warner Bros. Pictures no Brasil, superando até mesmo a franquia Harry Potter.
E, diferente do que muita gente pensa, em primeiro lugar: Barbie não é um filme para crianças e nem é um filme “bobinho”, somente com a intenção de apenas vender mais bonecas, embora isso vá acontecer, o investimento de marketing é avassalador e, só em produtos Barbie, a Mattel e a Warner já faturaram milhões, talvez bilhões de dólares.
O filme traz discussões muito pertinentes sobre questões que nós, como sociedade, estamos nos debruçamos ao longo do tempo, como: o patriarcado, o que é o machismo, a importância do feminismo, as polêmicas em torno do que a boneca representou para muitas meninas-mulheres ao longo de suas vidas e, até mesmo, o atraso que ela causou na luta feminista desde que foi criada (não tenho lugar de fala, não entrarei neste mérito).
Mas me deparei com alguns posts em que diversas pessoas diziam não querer assistir ao filme por não se sentirem vistas ou, até mesmo, por não terem tido condições de ter sua própria Barbie na infância e posso afirmar: esse filme foi feito justamente para essas pessoas, inclusive, os criticos mais ferrenhos de Barbie se verão representados no filme por personagens de bastante peso para a construção da narrativa que o longa propõe.
É, claro, um filme bastante divertido, engraçado, bonito visualmente e extremamente rosa, como era de se esperar, mas o seu desenrolar entrega um enredo que, no fim, você sai do cinema se questionando sobre algumas atitudes, comportamentos e até sobre o “nosso Mundo Real”. Chorei em uma das cenas, sim…
Achei o roteiro bastante corajoso em tocar nas feridas da própria Mattel e por fazer piada com algumas questões da criadora da boneca, Ruth Handler, que, contém spoiler, entrega, no fim do filme, uma das cenas mais bonitas que pudemos ver ao longo das duas horas de exibição.
O que posso dizer, pra não estragar o entretenimento de quem ainda não viu e quer ver, é: o filme mais critica a existência da Barbie do que endossa sua existência 100% perfeita num mundo irreal. É um filme de boneca, com questões assustadoramente “humanas”.
Eu gostei, entregou além do que eu esperava. Assistam e tirem suas conclusões. Até o próximo hype.