A mulher brasileira é conhecida mundialmente pelo estereótipo clichê do bumbum avantajado, seios fartos. Um estilo de vida ensandecido, uma dança sensual, que enlouquece qualquer gringo que pisa os pés por aqui. Mas o brasileiro chegou em um ponto que, não é possível mais saber qual deles fala mais asneira sem conteúdo julgando seu próprio povo por seu trabalho e, ou comportamento.
Recentemente uma discussão no programa “Altas Horas”, da Rede Globo, trouxe à tona o grande preconceito sofrido por cantoras como Anitta. Ao debater com a também cantora Pitty sobre direitos feministas, as redes sociais lotaram de comentários negativos contra a cantora carioca.
“Acho que as mulheres lutaram tanto para ter os mesmos direitos do que os homens, que quando conseguiram, quiseram tomar conta da situação e tomar o lugar do homem”, disse a funkeira, segundo informação do site oficial do programa.
“Anitta, só uma ressalva, nós ainda não temos os mesmos direitos. Acho que a gente ainda tem muito que conquistar”, respondeu Pitty.
Para Anitta, muitas mulheres têm dado em cima do que os homens, o que não é legal para imagem feminina. “Acho que se a mulher não se respeitar, ninguém vai respeitá-la. Eu vejo um comportamento feminino que dá margem para o homem achar a coisa X ou Y”.
“O que se diz de uma mulher de respeito é diferente do que se diz de um cara de respeito, e isso me incomoda, porque as pessoas te olham rebolando no palco de roupa curta e acham que você está disponível. Se fosse um comportamento masculino ninguém questionaria”, retrucou Pitty.
Confira a discussão:
O que mais li na minha linha do tempo no facebook e twitter após essa discussão, foram pessoas afirmando que a carioca era uma “hipócrita e falsa moralista” por falar que as mulheres não se dão o respeito, quando ela também não se dá, por usar roupas curtas, dançar explicitamente… A verdade oculta aqui é, que mesmo usando roupas curtas, rebolando o bumbum até o chão, nada dá o direito de um homem desrespeitar uma mulher e mais: usar roupas curtas e rebolar é o trabalho dela. o.O
Vou reforçar minha tese de que Anitta sofre preconceito dizendo que, a rapper norte americana Nicki Minaj, também rebola o bumbum até o chão, usa roupas sexualmente apelativas, têm em suas letras de músicas apologia ao sexo e a vulgaridade, às vezes até piores que Anitta, que costuma cantar dissabores dos relacionamentos, e essas mesmas pessoas são capazes de lamber o chão em que ela pisou. Será que Anitta é mesmo a falsa moralista da história?
A polêmica recente envolvendo a ex Mc Larissa, aconteceu na cerimônia do “Troféu Imprensa”, exibido pelo SBT, na noite do domingo (12), a jornalista Keyla Jimenez, da Folha de SP, afirmou que ela “é apenas um efeito do marketing e que não canta nada”. Oras, por acaso, você já ouviu essa menina cantar? Foi em algum show? Ou é o tipo de jornalista que cria opinião pelo que ouve falar? Já ouviu o tom de voz e afinação que Anitta tem? Já parou para analisar que ela canta e dança (muito bem por sinal) ao mesmo tempo, e que, diferente de muitas divas do pop internacional não usa o ‘abençoado’ autotune? Keyla, perdão, mas meça seus conceitos de fama, talento e marketing, parça.
Fãs da cantora se manifestaram através das redes sociais quanto às polêmicas. “As pessoas não gostam dela, porque existe um preconceito muito grande com o funk, e por ela ser mulher e cantora de funk, faz isso se tornar muito maior. Eu gosto dela porque eu conheço a história dela, além de gostar da Anitta, gosto da Larissa, a linda por trás dessa diva do funk, do pop brasileiro”, afirma Thalita Palumbo.
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“Ela fez um sucesso, que para o meio da música foi rápido e isso faz com que as pessoas tenham raiva ou algo do tipo”, afirma Elson. |
“Acredito que ela tem sua personalidade e não muda por causa de opiniões de terceiros. Ela fala o que pensa, e isso é um ponto forte dela. Eu gosto dela porque ela vem se mostrando bastante madura em sua carreira. É possível perceber o seu amadurecimento como cantora durante esses anos”, conta Elson Barbosa.
Para alguns fãs, como o paulistano Henrique Duarte, a fama que a cantora conseguiu com o passar do tempo, faz as pessoas a odiarem. “Simplesmente pelo fato dela fazer um baita sucesso e eles não aceitarem. Não gostam por que ela saiu do funk, e agora está numa pegada pop, ganhando mais e mais fãs. Ela é sensacional, humilde, batalhadora e amorosa. Os fãs dela são muito bem tratados, qual foi o artista que no dia da gravação do DVD (Meu Lugar), parou seus afazeres e foi até a fila levar lanches? Nenhum que eu saiba”, diz.
O funk brasileiro é marginalizado, as pessoas não conseguem enxergar que muita gente saiu da miséria, parou de passar fome graças à esse estilo musical. Nem todo funk é apologia ao crime e as drogas, como nem todo funk é putaria e vulgaridade. Mc Larissa, ou melhor, Anitta é prova disso.
Muita gente acredita que a música popular brasileira é aquela cantada por Caetano, pela Marisa Monte, mas não. A influência americana fez nascer no Brasil o gênero musical que move gerações e gerações de pessoas. O POP brasileiro deve ser respeitado. O brasileiro deve ser respeitado. Anitta deve ser respeitada. Afinal, a música dela “Show das Poderosas” é a única, no Brasil, a ter mais de 100 milhões de visualizações no YouTube. Anitta cantou, ao vivo, na última edição do Grammy Latino e concorreu em diversas categorias.
“Eu não gostar dela, é uma opinião minha, mas nem por isso vou xingar, falar que ela é isso ou aquilo. Apenas respeito”, finaliza Paulo Czmola Junior.
Você tem todo o direito do mundo de não gostar da Anitta, mas você pode ter o bom senso de reconhecer seu talento. Afinal, como ela diz em uma de suas músicas: “Na batida, nem adianta tentar, aqui é meu lugar”, e se você deixar ela convida: “Vem que eu vou te hipnotizar, no meu talento”.
Por. Lucas Nascimento